segunda-feira, 15 de julho de 2019

Poemeu

Quero mais uma bebida
Fugir do real
Esconder que estou perdida
Traga-me tudo
Vinho, uísque, absinto
Se eu falar que logo paro: minto
Sirva-me, vá embora, me deixe sossegada
Não quero ficar sóbria 
Nem no dia, nem na madrugada
De esperar desisti, estou cansada
Me embriago sozinha, sofro calada
Deixe-me
Sou só eu nesta louca madrugada
Madrugada fria
De lua amarelada
Por favor, vá embora
Me deixe sozinha, dê o fora
Respeite a dignigade de uma mulher que chora
Estou esperando
Meu absinto
Não se atrase, traga logo
O fim chega, pressinto
Se eu cair
Deixe meu corpo na rua estendido
Juro não choro
De mim não ouvirá nem um gemido
Não tenha medo do implacável frio do meu olhar
Somente a mim desejo mutilar
Traga-me a bebida
Minha dor, tenho que embriagar.
S.



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