sexta-feira, 19 de julho de 2019

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Hoje foi tudo meio sem graça.
O relato de um dia absurdamente normal, mas ainda assim esquisito.
Hoje eu acordei sem sentimentos no peito, e as pequenas mentirinhas brancas que eu conto pra mim mesmo não se valeram pra acreditar.
E bem cedinho a vida bateu na minha porta me lembrando que não dá pra ser incrível sempre.
Hoje eu percebi que os poetas felizes também mentem,
que não dá pra estar cem por cento bem em todas as vezes,
e alguns dias são realmente insuportáveis.
Hoje foi um deles.
Parece que o sol já nasceu ardendo,
que o primeiro gole de água estava amargo.
Sabe, tem dias que a gente já abre os olhos sem vontade nenhuma de recomeço,
e arrasta o resto das horas sem se esforçar pra
melhorar.
Seguimos brigados com o mundo,
de mau com a vida,
irritados com nós mesmo.
Tem dias que a impaciência anda em alta, as horas não passam,
e o amanhã parece desparecer no horizonte.
Tem dias que até o melhor dos cafés só se encontra morno,
e tudo que nos resta é permanecer.
É ficar.
Meio vazio, meio sem ânimo e totalmente sem vontade.
Apenas resistir.
Hoje foi um desses dias que comprovei que a vida continua sendo a mesma batalha,
e nem sempre a gente ganha.
Nem sempre a gente se levanta pronto pra encarar dragões, pra esboçar um sorriso e muito menos pra tentar.
Hoje foi um dia em que precisei de descanso.
Da minha própria mente, dos meus próprios pensamentos.
Hoje eu não saudei meus medos, mas cumprimentei bem cedo a minha ansiedade.
Hoje o dia passou em branco,
e eu não quis ir pra luta.
O cansaço venceu.
E diferente do que possa parecer, pra mim está tudo certo.
Eu tento de novo amanhã.
S.

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