quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fernando Pessoa

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.




Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.




Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!




Fernando Pessoa

O amor


Pois que a beber me deste em taça transbordante,
E a fronte no teu colo eu tenho reclinado,
E respirei da tu’alma o hálito inebriante,
- Misterioso perfume à sombra derramado;

Visto que te escutei tanto segredo, tanto!
Que vem do coração, dos íntimos refolhos,
E tive o teu sorriso e enxuguei o teu pranto,
- A boca em minha boca e os olhos nos meus olhos;

Pois que um raio senti do teu astro, querida,
Dissipar-me da fronte as densas brumas frias,
Desde que vi cair na onda da minha vida
A pétala de rosa arrancada aos teus dias…

Posso agora dizer ao tempo, em seus rigores:
- Não envelheço, não! podeis correr, sem calma,
Levando na torrente as vossas murchas flores
Ninguém há de colher a flor que eu tenho n’alma!

Podeis com a asa bater, tentando, sem efeito,
A taça derramar em que me dessedento:
Do que cinzas em vós há mais fogo em meu peito;
E, em mim, há mais amor que em vós esquecimento

Victor Hugo

ROMANTISMO

Seremos ainda românticos
e entraremos na densa mata,
em busca de flores de prata,
de aéreos, invisíveis cânticos.

Nas pedras, à sombra, sentados,
respiraremos a frescura
dos verdes reinos encantados
das lianas e da fonte pura.

E tão românticos seremos,
de tão magoado romantismo,
que as folhas dos galhos supremos
que se desprenderem do abismo

pousarão na nossa memória
- secas borboletas caídas -
e choraremos sua história,
resumo de todas as vidas.

Cecília Meireles

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não. Manuel Bandeira

Tantas


Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.Martha Medeiros

Quem somos nós

"Quem somos nós que vivemos de desatar os nós das gargantas e juntar esperanças e procurar saídas e levantar bandeiras e adiar partidas. Quem somos nós que dizemos sim querendo dizer não e que balançamos as idéias quando alguém pede perdão. Quem somos nós feitas de emoções, intenções, intuições, mas que também dizemos palavrão quando não cabe uma canção. (...) Quem somos nós que temos muitos colos, calma e paciência, mas que muitas vezes perdemos isso em busca da própria existência. Quem somos nós que desejamos muito mais do que carinho, comida, teto e paz. Que olhamos pra frente sem nunca deixarmos de olhar pra trás. Quem somos nós aqui, neste exato presente? Folha, galho, raiz ou semente? Quem somos nós, além de sermos gente?" (Paula Taitelbaum, livro Mundo da Lua)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SEXTA-FEIRA À NOITE

Sexta-feira à noite
os homens acariciam o clitóris das
esposas
com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
contam dinheiro papéis documentos
e folheiam nas revistas
a vida dos seus ídolos.
Sexta-feira à noite
os homens penetram suas esposas
com tédio e pênis.
O mesmo tédio com que todos os dias
enfiam o carro na garagem
o dedo no nariz
e metem a mão no bolso
para coçar o saco.
Sexta-feira à noite
os homens ressonam de borco
enquanto as mulheres no escuro
encaram seu destino
e sonham com o príncipe encantado.
Marina Colassanti

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A arte de perder


“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “

Elizabeth Bishop

Carlos Drummond de Andrade

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Amo

"A coisa mais importante que você irá aprender é amar e ser amado em troca."

Confissão

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez vai pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. Marina Colasanti

Viver

A vida não tem ensaio, mas tem novas chances. Viva a burilação eterna, a possibilidade, o esmeril dos dissabores! Abaixo o estéril arrependimento à duração inútil dos rancores. Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão!” (Elisa Lucinda)

Travessia

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa

Nosso Mário...


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Amor é fogo que arde sem se ver;

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luís de Camões

Aqui Está minha Vida

Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.

Cecília Meireles

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O que quero dizer-te

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?Fernando Pessoa

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sonhos de uma noite de verão

Há quem diga que todas as noites são de sonhos.Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância.O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.William Shakespeare

Sensação


Pelas tardes azuis do Verão, irei pelas
sendas,
Guarnecidas pelo trigal,
pisando a erva miúda:
Sonhador, sentirei a
frescura em meus pés.
Deixarei o vento banhar
minha cabeça nua.
Não falarei mais, não
pensarei mais:
Mas um amor infinito me
invadirá a alma.
E irei longe, bem longe,
como um boêmio,
Pela natureza, - feliz
como com uma mulher.
Arthur Rimbaud

Na natureza selvagem


Into the Wild é o nome original do livro escrito por Jon Krakauer em 1996, e que conta a história verídica de Christopher McCandless. Em 2007 o livro foi adaptado para o cinema, cujo filme recebe o mesmo nome, versão em Português Na Natureza Selvagem. Trago esse filme para o post de hoje pois simplesmente amei ele. A mensagem que ele transmite é maravilhosa, se você não viu, aconselho. Ele é uma aventura, um drama e uma biografia; tem 140 minutos e foi dirigido por Sean Penn, também diretor dos filmes Uma lição de amor (I am Sam), Sobre meninos e lobos (Mystic River) e 21 gramas (enfim uma tradução condizente, 21 grams).
Após concluir seu curso na Emory University, o brilhante aluno e atleta Christopher McCandless abre mão de tudo o que tem e de sua carreira promissora. O jovem doa todas as suas economias - cerca de US$ 24 mil - para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, Christopher se depara com uma série de personagens que irão moldar sua vida para sempre. Mais do que isso, acredito que ele tenha mudado a vida das pessoas que encontrou no caminho. Todas queriam que ele fizesse parte de suas vidas. E ele as fez refletir sobre suas próprias vidas. Recheada de citações literárias ásperas e de caráter contestador, a história aborda várias possibilidades de vida fora do sistema, assim como seus motivos e problemas; o que definitivamente nos faz refletir muito. Eu refleti muito sobre o sistema em que estou inserida, em que estamos inseridos. E dá vontade de burlar ele, ou ao menos tentar modificá-lo.
Bom, pra ficar mais claro, a história em questão surgiu de um artigo escrito em 1993 por Jon Krakauer e publicado na revista Outsider, sendo lançado como livro alguns anos depois. A história é a narração da viagem de Chris McCandless, como já citei anteriormente. Seu objetivo final seria sobreviver algum tempo no Alasca, lugar que ele supunha como o mais selvagem de todos, onde a natureza se sobressai a quase todas as tentativas humanas. Aliás, seu objetivo real era testar as possibilidades de sobrevivência fora da estrutura e burocracia criadas pelas sociedades atuais. Buscar, no retorno a um estado quase natural, a essência da humanidade já perdida há tanto tempo. E por isso, considerei maravilhoso.
Levando consigo apenas uma mochila com pertences úteis que ele foi adquirindo em sua jornada de dois anos, Chris adota o codinome Alexander Supertramp que ele vai deixando entalhado, escrito ou rabiscado em vários dos lugares por onde passou. Em sua mochila também há espaço para seus autores prediletos, como Thoreau e a Desobediência Civil e Pasternack com seu Doutor Jivago. São os companheiros mais constantes em sua viagem, apesar das pessoas que encontra no caminho, com as quais prefere não criar laços. Seu obejtivo é chegar ao Alasca.
Desbravando e pedindo carona, Alex encontra um casal nômade e hippie e logo de cara estabelece uma bonita relação com Jan, algo entre a ternura e a cumplicidade que ele nunca veria instalada entre ele e sua mãe, e muito menos com seu pai. Seguindo sua rota sozinho, ele aceita trabalhar na propriedade de Wayne Westerberg, pegando no pesado e ouvindo algumas novas opiniões a respeito de sua total falta de esperança com as relações humanas. E isso é um ponto interessante, pois apesar do tom crítico do enredo, Alex não é posto no patamar de dono da verdade. Suas opiniões exaltadas e desesperançosas são contestadas por todos que encontra pelo caminho. E é nessa troca que ele também consegue ajudar os outros a enxergarem melhor algumas questões.
Um pouco antes de alcançar o Alasca, Alex conheceu então Ron Franz, com quem dividiu bons momentos, ensinou e aprendeu algumas boas lições.
Vida real: McCandless existiu e não é somente um personagem de ficção. Sua história tornou-se conhecida através do artigo publicado por Krakauer, que por sua vez precisou também de muito esforço para reconstituir os passos de Alex; depois que saiu de casa ele não entrou em contato com a família. Foram dois anos sem contato, sem cartas e nem telefonemas. Tanto que o filme é entrecortado por passagens escritas por ele num caderno que levava consigo, e também por depoimentos de sua irmã (no filme, interpretada por Jena Malone) sobre o que sentiu na época do desaparecimento dele.
Importante para o filme também é a fotografia que em muitos momentos coloca o personagem em proporções naturais em meio a natureza, ressaltando o que há de ególatra naqueles que julgam ser possível submeter as questões naturais aos nossos desígnios. O que surge é uma fotografia convencional e bela, intercalada com tentativas e enquadramentos mais ousados, talvez fugindo da obviedade fotográfica.
Não vou contar o final por motivos evidentes, mas deixo dito que esse é um daqueles filmes que nos fazem pensar, de verdade, que sentido significativo podemos dar a nossa vida.
Algumas frases do filme:

"O importante não é ser forte, mas sentir-se forte."
"Eu vou parafrasear Thoreau aqui... mais que amor, que dinheiro, que fé, que fama, que equidade... dê-me a verdade."
"Quando você perdoa, você ama. E quando você ama, a luz de Deus brilha em você." (parte linda à parte, quando McCandless conversava no topo de uma monatanha com Ron Franz e a luz do sol se abateu sobre eles).
No início, McCandless pensava: "Você não precisa de relacionamento humano para ser feliz, Deus colocou tudo ao redor de nós." No final de sua experiência, ele nos traz a coisa mais bela que poderia ter aprendido - e nos ensinado:

A felicidade só é real quando partilhada.

FLORbela Espanca

Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder...para me encontrar....Florbela Espanca

Consciência limpa... será??

"Pouco importa que dirijam o olhar para você, se estiver decidido a ser bom, generoso, altruísta e compassivo. Consciente de estar fazendo o melhor, nenhum fracasso poderá perturbar a sua serenidade interior e você não precisará estar constantemente reconsiderando seus objetivos. A consciência limpa serve de travesseiro macio."
Dalai Lama

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

o amor!!!


O amor... É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"Cecília Meireles

terça-feira, 22 de junho de 2010

O que dizem os seus olhos???

"Esse teu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas que eu não posso acreditar...
Doce é sonhar, é pensar que você,
Gosta de mim, como eu de você...
Mas a ilusão,
Quando se desfaz,
Dói no coração de quem sonhou,
Sonhou demais...
Ah, se eu pudesse entender,
O que dizem os seus olhos."Tom Jobim


Paul Verlaine

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Rubem Alves

A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.

Diário

Hoje é uma quarta-feira qualquer e vou usar meu blog como um diário. Sabe aqueles dias que você tem muito o que falar, mas não tem certeza que terá alguém para ouvir? Pois é, meu insoburdinado coração pulsa forte em meu peito, me empurra na busca por novas aventuras, novas emoções, novo viço. Sinto-me meia perdida, procurando algo que parece distante, visualizando um sonho e com medo de viver o mesmo, uma nostalgia daquilo que nem mesmo vivi. Dias cinzas me deixam assim, extremamente melancólica, querendo beber minha vida em pequenas doses, mas me embriagando em cada gole. Em que tempo, meu tempo se perde? A imagem do meu espelho está envelhecida... Não se trata de ninguém, sou eu!! Eu tenho medo que minha procura me leve para longe de mim... mas eu estou em mim, dentro de mim, escondida em mim e protegida de mim.
S.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Trair-se

No adultério há pelo menos três pessoas que se enganam. Carlos Drummond de Andrade

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mário Quintana

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Arthur Rimbaud

Solidão

“Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear oufazer sexo... Isto é carência!Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade! Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto... SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma." Chico Buarque

O contrário do amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.
O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.
Martha Medeiros

O meus, os seus, os nossos...

As vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais! Bob Marley

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Renascendo

Aprendi com as primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira. Cecília Meireles

Aconchego

Quando a paixão me despedaça, a poesia me enlaça.
S.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Esquecer para lembrar


A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. Friedrich Nietzsche

Sinopse de um filme lindo sobre lembranças e amores: Diário de uma Paixão

Numa clínica geriátrica, Duke, um dos internos que relativamente está bem, lê para uma interna (com um quadro mais grave) a história de Allie Hamilton (Rachel McAdams) e Noah Calhoun (Ryan Gosling), dois jovens enamorados que em 1940 se conheceram num parque de diversões. Eles foram separados pelos pais dela, que nunca aprovaram o namoro, pois Noah era um trabalhador braçal e oriundo de uma família sem recursos financeiros. Para evitar qualquer aproximação, os pais de Alie a mandam para longe. Por um ano Noah escreveu para Allie todos os dias mas não obteve resposta, pois a mãe (Joan Allen) dela interceptava as cartas de Noah para a filha. Crendo que Allie não estava mais interessada nele, Noah escreveu uma carta de despedida e tentou se conformar. Alie esperava notícias de Noah, mas após 7 anos desistiu de esperar ao conhecer um charmoso oficial, Lon Hammond Jr. (James Marsden), que serviu na 2ª Grande Guerra (assim como Noah) e pertencia a uma família muito rica. Ele pede a mão de Allie, que aceita, mas o destino a faria se reencontrar com Noah. Como seu amor por ele ainda existia e era recíproco, ela precisa escolher entre o noivo e seu primeiro amor.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

AMO!!!


"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas,
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."
Clarice Lispector

domingo, 11 de abril de 2010

Compromisso

Não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma.

Paul Verlaine