quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um pouco de Elizabeth Bishop...

Elizabeth Bishop nasceu em 1911, em Worcester, Massachusetts. Nas palavras de David Orr, sua biografia inclui suficiente tormento para satisfazer São Sebastião. Perdeu o pai aos oito meses, a mãe enlouqueceu quando tinha cinco anos (foi internada em um sanatório e Bishop nunca mais esteve com ela), passou a infância estagiando em casa de familiares, ficou asmática, alérgica e deprimida. A partir da juventude, tornou-se alcoólatra. Assim mesmo, ou por isso, decidiu escrever poesia.
Publicou um livro, bem recebido, aos 35 anos. Em 1951, aos 40, após persistente experiência em infelicidade, tomou um navio cargueiro sem destino definido. Parou no Rio, conheceu Lota de Macedo Soares, também com 40 anos. Apaixonaram-se e Bishop mudou-se para o Brasil, aqui vivendo 15 anos no seu primeiro lar, ao lado da companheira. "Morri e fui para o céu sem merecer", protestava ela. Em 1967, Bishop não agüentava mais o Brasil, sujeito a turbulências políticas (estava aqui quando Getúlio se suicidou, Juscelino quase foi impedido de tomar posse, Jânio renunciou, Jango governou sob parlamentarismo e presidencialismo, os militares deram um golpe). Chocava-a a desmedida convivência entre pobreza e corrupção. A relação com Lota se esfacelara. Bishop retornou aos Estados Unidos. Lota foi em sua busca e suicidou-se na noite da chegada.
Bishop faleceu inesperadamente em 1979, aos 68 anos, de aneurisma. Deixou publicados poucos menos de cem poemas, que mereceram o Pulitzer, o National Book Award e o Newstadt International Prize. Passou a ser a mais estudada entre os poetas norte-americanos. Seus dois livros - Poesia completa e Prosa completa - ocupam alguns centímetros, enquanto a bibliografia sobre eles toma prateleiras.


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