domingo, 6 de setembro de 2009

Carta a D.

"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher".
Em tempos em que o amor é tão banalizado e que paixões verdadeiras somente são vivenciadas na literatura, me emocionei com o relato apaixonado e apaixonante que André Gorz faz dos sessenta anos que dividiu com a companheira Dorine. O texto é lindo, envolvente e inegavelmente uma declaração de amor, que inclusive me fez compreender o suicidio de ambos como um ato genuíno de amor, já que para eles, a vida que não pudesse ser compartilhada entre ambos, não era vida.

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