Um dia a dor foi maior, tudo aconteceu... o silêncio venceu, todo mundo de mim esqueceu... E eu fiquei lá... rezado para que o dia acabasse, que o tempo não se fizesse eterno, que ele morresse... ou me matasse.
S.
Elizabeth Bishop nasceu em 1911, em Worcester, Massachusetts. Nas palavras de David Orr, sua biografia inclui suficiente tormento para satisfazer São Sebastião. Perdeu o pai aos oito meses, a mãe enlouqueceu quando tinha cinco anos (foi internada em um sanatório e Bishop nunca mais esteve com ela), passou a infância estagiando em casa de familiares, ficou asmática, alérgica e deprimida. A partir da juventude, tornou-se alcoólatra. Assim mesmo, ou por isso, decidiu escrever poesia.
"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher".